Hoje eu ganhei um abraço...





Hoje ganhei um abraço. Recebi reclamações também. Ouvi piadinhas maldosas, entre tantas outras situações que compõem um dia de eventos e até mesmo outros abraços. Mas prefiro me lembrar do abraço que recebi de alguém que nem sei o nome direito. Um agradecimento. Por este, valeu, apesar de outros tantos elogios, a dura empreitada de fazer uma homenagem de Dia das Mães na instituição pública em que trabalho.

Não sou mãe e nem tenho mãe viva, mas isto não me impediu de pensar a homenagem simbólica em que todas pudessem se ver em sua condição de mãe em um grande mosaico. Todas, sem exceção, sem a discriminação demagoga de eleger as chefes de serviço ou mulheres em posição de evidência dentro da empresa. Meu objetivo era conseguir a adesão de todas, de quantas voluntariamente doassem um momento seu, uma foto com seus filhos, qualquer momento, de qualquer época, tantos quanto desejassem.



Nesse universo cabiam, diretoras, faxineiras, ascensoristas, guardetes, copeiras, secretárias,recepcionistas. Todas, que diariamente, em sua maioria , anonimamente para o resto da instituição, também cumprem esse papel familiar. Cada qual com a mais diversa história de fundo. Evidentemente, a participação não foi unânime. Infelizmente, algumas pessoas não se ligaram no pedido ou, simplesmente, não entendiam porque a doida do Geração Saúde queria uma foto sua com os filhos.

Mas teve o lado “sim” e durante alguns dias, com ajuda de amigas fenomenais e incansáveis, me vi cortando e colando, ampliando, imprimindo reconstituindo momentos de vida, tantos quantos fossem suficientes para preencher duas paredes, que foram envolvidas com imensos laços de fita. Formavam dois grandes presentes. Elas estavam nos presentes. Elas eram o presente.


Vaidades a parte, a mensagem foi lida. E como havia conteúdo! Desde o evento do dia daquela foto que não tem mais cor de tão desbotada até o esperado “como eu estava magra” ou “ meu cabelo era assim e assado”. Era como leitura de muitos livros feita em conjunto, com direito a comentários, réplica e tréplica e gritinhos que só as mulheres sabem dar. Elas fizeram a história da vida cotidiana que ali era narrada em pequenos recortes instantâneos. Aquela em que todas são protagonistas, sem considerar o cargo, a função, a faixa salarial, a popularidade. A história que eu gostei contar.

Então, eu ganhei um abraço...

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