Aventura pseudo-arqueológica

Para tirar o atraso pelo tempo que fiquei sem um óculos adequado para leitura, estou mandando ver na minha pilha de livros acumulada na estante. Apesar de não ter terminado As Memórias do Livro (veja a postagem anterior), que aliás está numa parte muito emocionante, também estou lendo O Santuário, de Raymond Khoury. Outro tipo de romance, mais aventura pseudo arqueológica, bem no estilo Indiana Jones, que eu adoro. Já tinha lido um livro desse mesmo autor, o Último Templário, no mesmo tema, com uma trama meio busca da arca perdida com mistério policial, com bandidos e mocinhos perseguindo algum achado da história universal. Pena que a série que a Tv canadense realizou baseada no livro tirou toda a graça e não alcançou o que o livro tinha de melhor, deixando um filme de perseguição sem muita lógica.

Mas o barato de se ler livros ao mesmo tempo é quando alguma coisa coincide com a outra. E algo me chamou a atenção nessas duas histórias distintas. Em memórias, acompanho a vida da restauradora de livros australiana Hanna e sua relação complicada com a mãe neurocirurgiã, a temível dra Heath. Em O Santuário, as figuras principais também são mãe e filha, a geneticista Mia Bishop e sua mãe arqueóloga Evelyn, que é sequestrada logo nos primeiros capítulos. Em comum, as personagens têm o fato de terem sido postas de lado na relação mãe/filha em benefício das carreiras de suas mães. Autores diferentes, temáticas diferentes com uma problemática em comum. Será que estamos diante de algum fenômeno e que a literatura, ainda que, puramente de entretenimento, está colocando em pauta? Interessante.

Bom, em qualquer caso, pra quem gosta desse tipo de distração, o livro é bem promissor. Desenvolve uma trama que atravessa séculos e envolve a descoberta de uma terrível arma biológica ligada de algum modo a um misterioso símbolo: o uróboro, figura mitológica da serpente devorando o próprio rabo. Ai que medo!

Fica mais uma dica: Khoury, Raymond. O Santuário. RJ, Agir, 2008.